quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quando Quero!



Porque me apetece,
simplesmente dizer o que
quando digo ninguem ouve,
dizer o que outros pensam
quando digo o que pensei
e quando sinto o que digo,
porque simplesmente me apetece.
Não pretendo fazer letras
empilhadas com um objectivo final,
que não seja apenas o de sentir,
o de ver, o de viver no fundo
isto que aqui está escrito.
Guio-me por impulsos
que me custam a sentir por vezes,
de tal forma que em mim,
e para mim peço,
o resultado das ínumeras preces,
quais segredos mal guardados
que no meu ser habitam
muito para além de tudo
o que vejo,
para além de tudo o que
consigo decifrar.
No entanto tais segredos
não são mais do que historias
que escrevo,
em folhas de papel com anos
que guardei na esperança
de um dia;
quem sabe um dia,
o mostre a alguém.
Não porque queira vive-las,
não porque queira vende-las,
não porque queira usa-las.
Mas sim porque quero escreve-las.
Na vida,
não escrevo nada,
tento vive-la intensamente
na realidade, sem passar para o papel
episódios fantásticos
que prefiro transportar em mim.
Esses sim, ficam comigo!
As historias, os tais segredos,
esses; ficam bem é no papel.
Mas escrevo-os!
Simplesmente porque
me apetece!

"Nuno C. Pinto"

Thinking Of You

Lying all alone and restless
unable to lose this image
sleepless, unable to focus on
anything but your surrender

Tugging a rhythm to the vision that's in my head
Tugging a beat to the sight of you lying
So delighted with a new understanding
Something about a little evil that makes that
Unmistakable noise I was hearing
Unmistakable sound that I know so well
Spent and sighing with a look in your eye
Spent and sighing with a look on your face like

Sweet revelation sweet surrender
sweet, sweet surrender
Surrender...

Tugging a rhythm to the vision that's in my head
Tugging a beat to the sight of you lying
So delighted with a new understanding
Something about a little evil that makes that
Unmistakable noise I was hearing
Unmistakable sound that I know so well
Spent and sighing with a look in your eye
Spent and sighing with a look on your face like

Sweet revelation sweet surrendering
Sweet revelation sweet

Thinking of you, thinking
Thinking of you, Thinking of you, Thinking of you, thinking...

Sweet revelation sweet surrendering
Sweet revelation

Fingir que está tudo bem...



fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.

o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.



"José Luis Peixoto" in "A Criança em Ruínas"

terça-feira, 12 de maio de 2009

Reposta...




Porque quando escrevo não páro para pensar,
não sei o que vou dizer, muito menos o que vou abordar,
apenas sei que não me quero calar, e mais,
cada vez mais, á medida que o tempo avança,
ao passo que a ligação aumenta,
ao ritmo que o meu pensamento se lança
na tua direcção, sem paragens, nem questões,
sem obstaculos, sem muros demasiado altos
que sejam intransponiveis, sem fossos demasiado largos
que eu não consiga saltar, sem frases demasiado absurdas
das quais eu não me consiga desviar;
Nada, me faz parar!
Porque quando sonho não páro para acordar,
nunca sei o que vou sonhar, o que vai acontecer,
que luz me vai iluminar ao amanhecer,
seja ela qual for, é uma luz, é minha e brilha só para mim.
Nada me pode derrotar nesse momento,
porque sonho da mesma forma que tu o fazes,
e acordo da mesma maneira que adormeci,
com um movimento dos olhos,
que fazem a diferença entre a inensidade da luz,
mas que de qualquer forma continua lá, e lá
é onde estará sempre, porque sempre foi aqui!
Porque quando acordo não paro para te voltar a ver,
vejo-te sempre, porque acordas comigo, por cada raio de sol
que me atinge e sei que tambem sonho acordado.
Serei um sonhador?
Quem não o é?
A unica diferença é que como sempre esperei,
e se necessário assim continuarei,
por mais sonhos que tenha, por mais vezes que acorde,
por mais letras que escreva, tudo se tornará num simples;
cheguei!

"Nuno C. Pinro"

Every Day Is Exactly The Same

i believe i can see the future
because i repeat the same routine
i think i used to have a purpose
then again that might have been a dream
i think i used to have a voice
now i never make a sound
and i just do what i have been told
i really don't want them to come around
oh no...

every day is exactly the same
there is no love here and there is no pain
every day is exactly the same

i can feel their eyes are watching
in case i lose myself again
sometimes i think I'm happy here
sometimes...
sometimes... yeah, i still pretend
i cannot remember how this got started
oh... but i can tell you exactly how it will end

every day is exactly the same
there is no love here and there is no pain
every day is exactly the same

I'm writing on a little piece of paper
I'm hoping someday you might find
well I'll hide it behind something they won't look behind
i am still inside...
a little bit comes breathing through
i wish this could've been any other way
but i just don't know... i don't know what else i can do

every day is exactly the same
there is no love here and there is no pain
every day is exactly the same

Soneto 17



Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

"William Shakespeare"