terça-feira, 29 de abril de 2008

A Matéria das Palavras



Estamos aqui. Interrogamos símbolos persistentes.
É a hora do infinito desacerto-acerto.


O vulto da nossa singularidade viaja por palavras
matéria insensível de um poder esquivo.


Confissões discordantes pavimentam a nossa hesitação.
Há uma embriaguês de luto em nossos actos-chaves.


Aspiramos à alta liberdade
um bem sempre suspenso que nos crucifica.


Cheios de ávidas esperanças sobrevoamos
e depois mergulhamos nessa outra esfera imaginária.


Com arriscada atenção aspiramos à ditosa notícia de uma
perfeição
especialista em fracassos.


Estrangeiros sempre
agudamente colhemos os frutos discordantes.


Ana Hatherly

Sem comentários: